Só quando me sinto mais triste é que tenho mais vontade de escrever. Talvez porque não me sinto à vontade para falar com ninguém. Não gosto de expor as minhas fraquezas, as minhas falhas.
Gostava de conseguir ser melhor. Gostava de saber dar a outra face. Mas não consigo. Não guardo rancor, mas guardo a mágoa. Não consigo esquecer o que me dizem, o que me fazem, quando é injusto. Quando não percebo.
O esforço para pôr de lado é em mim sobrehumano. De tal forma exige de mim, do meu corpo, que chego a ficar doente.
Esforço-me, me vão, para que seja diferente. É mais um grau de exigência que sinto no estômago.
Contrariar-me não me traz nada de bom. Nunca trouxe. Mas eu insisto! Mais de 30 anos volvidos e continuo a fingir que não me conheço. Continuo a tentar mudar. Só me faço mal.
Olho ao espelho e não reconheç...