Choveu prata

Um poeta pode escolher entre voar como um anjo ou ficar nos pormenores à espreita como um demónio.

Não duvido quando estamos perto.
Duvido na ausência.
Mas que importância pode ter a tua ausência senão aquela que eu lhe der?
Eu sou crente nos momentos e em nada mais que os momentos que se tem.
A tua ausência não me causa saudade, mas estranheza. Sei sempre que te volto a encontrar. Nunca chegas a partir. Mas também nunca chegas a voltar. Não tivémos um encontro. Não nos chegámos a desencontrar.
Acho que é por isso que não se consegue definir nada entre nós. Não que isso nos importe. A nenhum de nós.
Apenas a estranheza de cada momento, de cada telefonema... Até nas mensagens se nota... Por vezes telegráficas, outras surpreendentes. Gosto de receber ambas.
Não espero definição. Há "coisas" que não sofrem definição, só podem ser sentidas, vividas. Como a chuva de prata que cai...

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