Despertar
Acordei sobressaltada com o barulho estranho, não era o despertador, não era ninguém à porta...
Levantei-me... tentei ouvir de onde vinha o barulho, dirigi-me à janela... no meu varandim um pássaro cinzento debicava furiosamente na madeira da janela... Esse debicar foi o que me acordou.
Abri a porta determinada a enxotá-lo, queria voltar a dormir.
Mal a abro, o pássaro entra-me pelo quarto, pousa na minha cama.
Pisquei várias vezes os olhos... belisquei-me...
Na minha cama estava sentado um ser estranho, mas belo, tinha uma face serena, asas brancas, trajava de negro.
Não podia ser... há coisas que não se vêem neste mundo...
Mas ali estava.
- Senta-te. Não fiques aí especada a olhar para mim. Quero conversar.
Meia atordoada, obedeci. Sentei-me.
Olhou-me como se tentasse ver alguma coisa que não se via e continuou.
- Tenho-te ouvido todas as noites antes de adormeceres... Leio também o que escreves...
- Tu o quê?!
- Ouço o que pedes, leio o que escreves. Não repito.
- E foi por isso que vieste?
- Sim e não.
- Vais explicar melhor ou tenho que adivinhar?
- Maneiras menina... maneiras...
Não pedi desculpa. Fiquei a olhar para aqueles olhos de um cinzento quase sem cor e tão expressivos.
- O que a razão te pede é fácil de fazer. O que o coração te pede exige muito mais de ti.
Mas só tu podes escolher. Ninguém te vai ajudar.
- Não foi para isso que vieste?
- Não.
- Então não és um anjo?
Uma gargalhada ecoou pelo meu quarto.
- Não, não sou um anjo.
- És um demónio?
Um sorriso malicioso percorreu-lhe os lábios...
- Também não...
- Não pergunto mais nada.
- Errado... Estou aqui para responder.
- Ao quê?
- À tua pergunta...
- Que pergunta?
- À tua pergunta... a resposta sou eu... nem Bem nem Mal... Vida.
Desperta!
Levantei-me... tentei ouvir de onde vinha o barulho, dirigi-me à janela... no meu varandim um pássaro cinzento debicava furiosamente na madeira da janela... Esse debicar foi o que me acordou.
Abri a porta determinada a enxotá-lo, queria voltar a dormir.
Mal a abro, o pássaro entra-me pelo quarto, pousa na minha cama.
Pisquei várias vezes os olhos... belisquei-me...
Na minha cama estava sentado um ser estranho, mas belo, tinha uma face serena, asas brancas, trajava de negro.
Não podia ser... há coisas que não se vêem neste mundo...
Mas ali estava.
- Senta-te. Não fiques aí especada a olhar para mim. Quero conversar.
Meia atordoada, obedeci. Sentei-me.
Olhou-me como se tentasse ver alguma coisa que não se via e continuou.
- Tenho-te ouvido todas as noites antes de adormeceres... Leio também o que escreves...
- Tu o quê?!
- Ouço o que pedes, leio o que escreves. Não repito.
- E foi por isso que vieste?
- Sim e não.
- Vais explicar melhor ou tenho que adivinhar?
- Maneiras menina... maneiras...
Não pedi desculpa. Fiquei a olhar para aqueles olhos de um cinzento quase sem cor e tão expressivos.
- O que a razão te pede é fácil de fazer. O que o coração te pede exige muito mais de ti.
Mas só tu podes escolher. Ninguém te vai ajudar.
- Não foi para isso que vieste?
- Não.
- Então não és um anjo?
Uma gargalhada ecoou pelo meu quarto.
- Não, não sou um anjo.
- És um demónio?
Um sorriso malicioso percorreu-lhe os lábios...
- Também não...
- Não pergunto mais nada.
- Errado... Estou aqui para responder.
- Ao quê?
- À tua pergunta...
- Que pergunta?
- À tua pergunta... a resposta sou eu... nem Bem nem Mal... Vida.
Desperta!
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