The dark (in)side

Resisti. Evitei escrever. Escondi-me. Escondi papel e caneta. Fugi do ecrã em branco. Fugi de mim. Recusei a escuridão que se aproximava de mansinho. Neguei a solidão que parte de mim sente. Mas numa sala cheia de gente e ruído, assumo a minha verdade. Sinto-me só. Em momentos. Em sentimentos. Sinto a escuridão em mim. Envolve-me no seu manto de silêncio. Abraça-me e embala-me nos momentos de medo. Descobri que parte de mim tem medo. Receio do futuro. Receio de não estar à altura. Recolho-me em mim. Refugio-me. Enrolo-me no meu silêncio. Em mim. Sempre fui só. Sempre dependi de mim. Já houve uma altura em que assim não foi e sofri. Sofri por errar. Errei. Assumi e segui. Não quero continuar assim. Não quero este lado que me isola do mundo. Que me isola de mim. Não quero mais este silêncio. Custa-me não calar o que sinto. Custa-me assumir fraquezas, receios, anseios. Dói-me ver a sombra. Calo. Silencio. Sigo o caminho. Há-de sempre ser o que for.

Comentários

Nilson Barcelli disse…
Não te recolhas em ti.
Dás-me um dedo?
Beijos, querida amiga.
Sophia disse…
Um dedo?!

Faz-se o que se pode, mas por vezes o silêncio e a reclusão são o melhor remédio.

;) Baci
Nilson Barcelli disse…
Querida Sophia
A história do dedo era uma piada, mas que só perceberias se tivesses lido o meu poema da altura...
http://nimbypolis.blogspot.com/2010/08/quando-me-negas.html

Um beijo
Sophia disse…
Falha corrigida. Poema lido!

;) Baci
Como é? O silêncio vale ouro.

Agora a sério Sophia, eu tenho pena é daquelas pessoas que não sabem lidar com a solidão. As multidões fazem-me confusão. Saber estar sozinhos é uma virtude.
Baci
Sophia disse…
Alien DS concordo contigo! Gostarmos de estar connosco é sempre bom.

;) baci

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