Domingo de manhã

O primeiro Domingo em casa da D. Alexandra.
Desde a 5ª feira, a sua chegada, não tinha dito nada. Apenas obedecia mecanicamente. Não sabia o que dizer. Não sabia como se dirigir à D. Alexandra, a avó.
- Acorda Maria! Já tens a água pronta para o banho! Despacha-te. Não gosto de me atrasar.
Esse era um dos traços de carácter de D. Alexandra que Maria depressa percebera. A avó era sempre pontual e rígida com os horários. Tudo naquela casa era feito pelo bater do relógio. O acordar, as refeições, o deitar. Até as suas brincadeiras eram controladas pelo tic tac daquele relógio enorme de pêndulo. O barulho não lhe fizera confusão nenhuma. Nunca.
Mas num Domingo... No orfanato era o único dia em que podia dormir até mais tarde. E agora esse privilégio acabava de ser revogado.
Levantou-se sem reclamar. Foi tomar banho. Quando terminou dirigiu-se ao quarto e como já esperava, depois de dois dias, o hábito, um novo vestido esperava-a. Branco, lindo, flores amarelas. Vestiu-o. Depois voltou para trás. Também já sabia que tinha de ir tomar o pequeno-almoço. Aos Domingos a avó não comia? Calou a pergunta e comeu o pão com manteiga e bebeu o leite, simples.
Saíram de mão dada.

Comentários

Anónimo disse…
Estive ausente da net por uns tempos, e venho agora descobrir uma Sophia, que eu não conhecia, mas que escreve mt bem :))
Beijosssssss
Nilson Barcelli disse…
Aparentemente, este é o segundo capítulo de uma história que vais continuar a contar.
Será assim?
Para já, gostei da maneira com pegaste na prosa. Parece o princípio de um bom livro.
Beijos.
Sophia disse…
Grazie Mar pelo elogio! :)

Eu espero que o teu regresso se mantenha e que este cantinho continue a ser merecedor das tuas visitas!

:) Baci

Nilson são pequenos excertos da vida da Maria, ela tem-me "perseguido" as ideias. Decidi dar-lhe liberdade, p'ra ver até onde ela quer voar.

;) Baci

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